Terça-Feira

pílulas semanais

Para onde vai o sol?

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Se Lula, em um dos seus arroubos verbais, disse que queria extirpar o DEM da política brasileira, sem precisar de qualquer arroubo o PSOL foi quase extirpado nas últimas eleições. Apesar dos dois senadores – que entrarão se Jáder Barbalho e Capiberibe perderem os recursos contra as suas candidaturas – o partido não conseugiu qualquer representatividade na eleição à presidência, ao contrário de 2006, e ainda perdeu nomes importantes como Heloísa Helena e Luciana Genro.

Com a candidatura folclórica de Plínio de Arruda Sampaio, que participou de todos os debates e recebeu um tempo razoável, digno de quem tinha representação no Congresso, o PSOL não conseguiu superar a marca do 1%. Mal conseguiu os votos de protesto. O razoável seria dizer que o candidato à presidência foi mal escolhido, mas Plínio representava exatamente o que é o PSOL hoje: um partido que sabe fazer oposição na sua acidez e quase deboche, mas cujas propostas de renovação do país têm cheiro de mofo.

Com o amadurecimento do capitalismo brasileiro e o bem estar da economia, o voto de protesto na esquerda só atrai os filhos do Plano Cruzado que continuam achando tudo errado, os sindicalistas, os estudantes, alguns professores e intelectuais. Não atrai mais o movimento de massa como o PT dos anos 80, forjado em um cenário de descontentamento social explícito.

Descontentamento este que hoje, é apenas forçado. O PSOL se fortalece quando combate governantes corruptos, pressionando pelo seu fim ou humilhando seus frutos. Porém, o dia-a-dia do trabalhador em relação ao PSOL resume-se a carros de som tentando dizer para você que sua vida está infeliz, ainda que a realidade não seja bem assim. É hora do PSOL deixar de imitar o PT dos 80 e cair na realidade: ou cai de boca no lumpén, nas classes E e Z, nas favelas, onde a vida REALMENTE está uma merda, ou começa a aceitar a sua realidade de partido de classe média e adota coligações com a “direita”. PSOL + PV seria uma combinação que ameaçaria um segundo turno em nível nacional, mas o PSOL não quis dar as explicações de Sarney Filho, Guilherme Leal, Gilberto Gil e afins.

Ou o amadurecimento forçado deixa o socialismo de lado ou o PSOL deve começar a fazer um partido voltado para os pobres mesmo, coisa que nem Brizola conseguiu fazer por inteiro. Sem isso, o partido corre risco de virar mais um nanico entre outros tantos.

Written by Luís Felipe

outubro 5, 2010 at 12:00 pm

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O silêncio que mata

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O PMDB gaúcho nasceu forte por que Paulo Brossard foi o primeiro a dizer, em rede nacional, que a Arena de Nestor Jost patrocinava torturas em prisões políticas, na eleição para senador de 1974. O PMDB gaúcho seguiu forte por que ao contrário do nacional, nunca deixou de se posicionar: patrocinou a abertura, as diretas, o Plano Cruzado e a constituição; bancou a candidatura de Collor e o conflito de mais de 100 dias com o Cpers em 1990; bancou as privatizações em 1994; e mesmo nos anos 2000, jamais deixou de se posicionar, mesmo a favor de Yeda Crusius ou contra a insana candidatura de Garotinho, do próprio partido, à presidência. O PMDB gaúcho se enterrou nessa eleição também por que Fogaça disse, na abertura da campanha, que optaria pela “imparcialidade ativa” na disputa à presidência – e isso, disse Fogaça, “não seria uma posição em cima do muro”.

Pois Fogaça não saiu do muro, e embaixo dele havia areia movediça. Até Pedro Simon, que passou todo o início de campanha dividido entre o necessário apoio a Dilma e o medo de associá-lo a Tarso, optou na última hora, dando uma justificativa qualquer, votar no Partido Verde de Marina Silva – que jamais compôs com o PMDB em momento algum de sua história. Ainda que o desempenho não tenha sido desastroso no legislativo, perder duas eleições seguidas para o governo no primeiro turno – a última, 30 pontos atrás do PT – é um massacre que obriga o PMDB a reformular, mudar ou mudar de vez.

Não havia, por exemplo, nenhuma explicação para tirar do páreo o único candidato que já havia começado campanha – Germano Rigotto – enquanto Fogaça cumpria suas obrigações no Paço Municipal de Porto Alegre. Quando Fogaça entrou na campanha, estava atrasado e sem quase nada para dar. Ainda que Rigotto tenha fracassado na candidatura ao senado por outro erro estratégico do PMDB – não lançar um segundo nome ao senado, que poderia ser até mesmo do PDT – ele estava, desde 2008, se posicionando como candidato natural do partido. E assim como Aécio Neves em âmbito nacional, caiu fora para atender interesses partidários.

Se o PMDB gaúcho sempre se posicionou, não havia motivo para ficar em silêncio. O murismo esmagou o PMDB e ainda tirou o partido do comando da prefeitura municipal. Nunca funciona, senhores. Desistam.

Written by Luís Felipe

outubro 5, 2010 at 6:00 am

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O PT voltou, mas não é mais aquele

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Na província o PT voltou, e deu uma surra. Desde 2002 o PT tem a maior bancada da Assembleia Legislativa, mas este ano o quadro acabou com um cenário antes impensável: são 14 deputados, contra 8 do PMDB e 7 do PP, seus rivais históricos com enorme tradição no interior. A vitória de Tarso não é exatamente uma surpresa, pois o homem que pisoteou Olívio em 2002 estava com a faca e o queijo na mão desde o início da Operação Rodin, que dividiu a base do governo e transformou Yeda em um monstro.

A surpresa está na vitória no primeiro turno e com uma imagem totalmente lulista – o Rio Grande do Sul sempre amou Lula, mas a votação do PSDB no primeiro turno foi alta aqui em 2006 e também em 2010 (40,59%).

A campanha de Tarso considera que a vitória se deu devido à campanha “redonda”, ou seja: coerente, concisa, sem margem para os erros de divisão e fragmentação que minaram o PT em outras tantas eleições – a mais recente para a prefeitura, na qual a direção nacional não apoiou Maria do Rosário e muitos militantes de relevância deixaram a candidata à própria sorte até o início do segundo turno.

Tarso se lançou como candidato ainda em 2009, viajando pelo interior, conversando com prefeitos, atraindo os partidos e negociando com as bases. Em um blog de um jornalista anti-petista está denunciada a “traição” de prefeitos como os de São Borja e Passo Fundo, ambos do PDT, mas que manifestaram apoio explícito à Dilma Rousseff e acabaram arrastando muitos dos seus eleitores para Tarso. Eventos como o apoio dos prefeitos do PMDB a Dilma na Amrigs, enquanto Fogaça se afundava na lama da “imparcialidade ativa”, também impulsionaram Tarso.

Com a iminência de uma vitória de Dilma no primeiro turno, o PT parece ter mobilizado bem a sua militância silenciosa – leia-se, os prefeitos de outros partidos e seus militantes – para angariar votos em troca de melhor diálogo. Não por acaso o “diálogo” foi a palavra-chave da Zero Hora na sua manchete: o jornal, que sempre criticou de forma áspera e muitas vezes injusta o “sectarismo” do PT cravou a palavra para comprovar que este PT, das bandeiras brancas e do logo de campanha azul com as cores de Piratini, não é o mesmo PT das bandeiras vermelhas, de Bisol, do relógio queimado, da Ford e de todo o resto.

Ainda que não seja o PT da ruptura, ainda é o partido; e como disse José Dirceu em relação a Dilma, com Tarso o partido tem mais força do que com muitos dos outros governantes. Mesmo com uma base forte, Tarso demonstrou que vai compor, e algumas composições parecem articuladas desde antes. Sérgio Zambiasi, por exemplo, não abriu voto para Paim e ausentou-se da campanha por acaso: dizem que ele está decidido em participar de um governo petista, e que isso teria provocado uma ruptura significativa no PTB. O PDT, derrotado no projeto Fogaça, foi assediado, dividiu-se com a adesão de Collares e provavelmente o flerte seguirá por muito tempo. O próprio PP poderá estar disposto a ceder, vetorizado por Beth Colombo e Mano Changes (!!!!!) que articularam a aliança com Jairo Jorge em Canoas.

Quando 2012 chegar, Tarso terá dois anos de governo; começará, então, a eleição para prefeito de Porto Alegre, que o PT tem tudo para levar novamente. A despeito do interminável poder de auto-sabotagem do PT, que adora se perder com prévias, divisões, brigas de correntes e desobediência à direção nacional quando a eleição está próxima, eu não estranharia se a Frente Popular, pela primeira vez, não fosse encabeçada pela estrela. Com uma provável vitória presidencial e o Piratini nas mãos, com muitos cargos já acomodados e muitas “estrelas” já posicionadas, seria inteligente o PT ceder a cabeça de chapa a Manuela D’Ávila, a deputada de mais de 482 mil votos. Neutralizaria o poder de uma eventual terceira força e daria um enorme poder de fogo à composição que manterá o Piratini.

Written by Luís Felipe

outubro 4, 2010 at 11:47 pm

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10 músicas para homenagear Porto Alegre sem recorrer à música brega do prefeito

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Bom, Porto Alegre É Demais já deu, né?

Eu não suporto mais essa música. Por isso, no twitter, pensei em 10 canções nas quais poderia homenagear Porto Alegre sem recorrer à música brega do Casal Fogaça.

1. Berlim, Bom Fim – Nei Lisboa

Com roupa, cor e cheiro dos anos 80, Berlim, Bom Fim mostra uma cidade que na verdade, já acabou. O Bom Fim de hoje em dia, graças a Isaac Ainhorn e às tias que nele votavam, virou um bairro absolutamente familiar e idoso, bem longe da atmosfera junkie de quase 30 anos atrás. A fauna ensandecida do Ocidente e o vergonhoso Muro da Mauá, entretanto, ainda existem – e a música, em si, é uma pérola. Também gosto da versão do Hique Gomez, que se não me engano é co-autor.

2. Da Guedes – Passe Livre

“Porra, Da Guedes?”. Sim. É um grupo de rap bem mediano que fez algum sucesso nos anos 90/início de 00 com algumas letras prafrentex, como “Dr. Destino” e outras coisas para conscientizar a perifa, saca, mano? A questão é que “Passe Livre” é um dos retratos mais honestos que eu já vi da cidade. Conta basicamente a história de um cara da periferia que faz TURISMO na cidade na saudosa data do mês na qual não era preciso pagar para viajar de ônibus – e que foi abolida na gestão do autor de Vento Negro, graças à pressão dos empresários do transporte. “Há vários rolés sem treta pra tu curtir com teu guri” é uma frase mais significativa que “é lá que as gurias, etc e tal”.

3. Caetano Veloso – Menino Deus

O Caetano fez essa música provavelmente na sacada de uma cobertura nesse bairro, olhando para o morro, fumando um antes de comer alguém. Deve ter feito em dois minutos, dada a simplicidade da letra e da melodia. Mas é o Caetano, e ele consegue fazer essas coisas com algum significado. Ficou bom.

4. Vítor Ramil – Ramilonga

É uma das mais bonitas canções sobre Porto Alegre, com a cidade vista do olhar de um refugiado, ou de alguém que não pretende mais voltar, e sente uma saudade doída e deprimida como são as letras do Vítor Ramil. Porto Alegre pode ser triste demais, de vez em quando, e nesses momentos o Ramil é uma boa companhia.

5. Graforréia Xilarmônica – Amigo Punk

Amigo Punk é um hino, também composto na fase junkie do Bom Fim – que, como vocês sabem, acabou graças às tias e ao vereador que elas elegiam – que só tem uma referência direta à cidade: “…monta no cavalo e desbrava essa coxilha/atravessa a Osvaldo Aranha/e entra no Parque Farroupilha”. Entretanto, ela foi adotada como um hino debochado de quem é jovem desde aquela época. Sem dúvida, melhor do que qualquer trilha do Zaffari.

6. Sangue Sujo (Wander Wildner) – Jesus Cristo

A letra não é uma homenagem a Porto Alegre, mas um deboche com o que as pessoas fariam se Cristo voltasse à Terra e morasse por aqui. Como fala especialmente de provincianismo, tem tudo a ver com Porto Alegre.

7. Engenheiros do Hawaii – Anoiteceu em Porto Alegre

Embora tenha a narração de Ranzolin falando do mundial conquistado pelo Grêmio e embora Gessinger seja viciado em aliterações, essa é mais uma música produzida no furor oitentista que combina com uma banda de carro pela cidade, de preferência, na madrugada. Eu consigo visualizar a cidade cantada por Gessinger, sempre.

8. Kleiton & Kledir – Deu Pra Ti

É uma música clássica de Porto Alegre, a segunda referência maior depois da breguice horrorosa cantada pela mulher do prefeito. Ao invés de ser uma música de refugiado, é uma música de quem está lá fora e sente saudade. Fala do Bom Fim dos anos 70 (aquele mesmo que acabou graças ao Isaac e suas Tias) e de outras referências históricas que se acabaram, como o Bar João, o Falcão e (porque não?) o Fogaça.

9. Kevin Johansen – Luna Sobre Porto Alegre

Não sei quem é, não sei como ficou famoso, do que se alimenta, nem porque fez essa música. Só que é bonita e é em espanhol, o que tem todo um significado – afinal, Porto Alegre sente uma saudade danada de Montevidéu, desde o tempo da República Cisplatina.

10. Horizontes – Flávio Bicca

O fato dessa canção ser antiga é mais sério ainda, pelo fato de que o prazo de validade dela acabou em 1979 (e nos 80 eu não vou me perder por aí…). Entretanto, além dela ser belíssima nos primeiros versos, Horizontes é trilha de Bailei na Curva, uma das peças mais significativas da história portoalegrense.

BONUS TRACK

Panic – Shoobydahbydoobah Porto Alegre é meu lar

O clipe diz tudo.

(obrigado @eduardo_egs, @spuldar, @vivimim, @TheRealRudi e especialmente, @igornatusch pelas contribuições)

Written by Luís Felipe

março 28, 2010 at 12:05 am

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O Carnaval de Porto Alegre acabou

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Em 1996, voltei da praia de ônibus com a família e fizemos o caminho Rodoviária-Praça Rui Barbosa, no início da quarta de Cinzas. No caminho, várias pessoas jogadas nas ruas, com garrafas vazias na mão. Outras tantas de ressaca, olhos fundos, mas com cara de felicidade nos rostos. Vestindo as camisetas das suas escolas e pegando o ônibus para casa. Naquele dia, a mãe decidiu que compraria ingressos para a gente ver o desfile das campeãs do Carnaval na passarela do Carlos Alberto Barcellos Roxo, centro da cidade, perto do Harmonia. Vendo pessoas de ressaca no meio da rua. Talvez porque eram pessoas alegres, que curtiram muito aquele momento de beleza e de certa forma contagiavam de ressaca pós-orgástica o centro da cidade, cheio, lotado de foliões.

No dia 14 de fevereiro de 2010, domingo de carnaval, achamos um dos dois bares com gente da Lima e Silva para nos encostar. Mesa boa, conversa boa, desfile do Rio na tela. Não eram 3h30 quando nos expulsaram do bar, literalmente. Chuva. Absolutamente nenhum lugar pra ir, que não fosse o táxi de volta pra casa.

Tem gente que gosta de ver Porto Alegre ser uma cidade fantasma no Carnaval. Eu gosto de Porto Alegre vazia, especialmente quando acontecem feriados e afins. Mas no Carnaval, não. Uma cidade vazia no Carnaval é triste demais. Ainda mais uma cidade como Porto Alegre, que tem uma longa, vasta história de festejos de Momo. Eu não sou historiador. Basta dizer, pra mim, que há 100 anos adeptos dos blocos de carnaval Venezianos e Esmeraldas se engalfinharam para colocar suas cores no Internacional – venceu o vermelho e branco dos Venezianos.

Não quero a doce ilusão de que um dia, o carnaval de Porto Alegre poderá se comparar ao maior espetáculo da Terra, que vemos no sambódromo do Rio de Janeiro. Isso seria idiota pensar. Porto Alegre não tem poder econômico nem atrativos turísticos tais que possam fazer uma Marquês de Sapucaí – e o simulacro que existe hoje não passa de cópia de baixa resolução, em P&B. A questão toda é que, quando despacharam a negrada do Carnaval para o Porto Seco, para não atrapalhar o sono dos vizinhos do Alto da Bronze, também acabou o movimento de foliões, de bares, de bebidas, de tudo, na região que era do samba. Não que o Porto Seco não possa ter uma galera indo e vindo do sambódromo. A questão é o que restava de cidade carnavalesca em Porto Alegre foi excluído do coração da cidade. E aí, o carnaval de Porto Alegre acabou mesmo. A cidade virou cemitério.

A própria história cultural do Carnaval é meio torta. A ideia central era uma festa de final de inverno, para acordar a Terra a fim de voltar a produzir – e acordar os homens para voltar a se reproduzir. Para isso, teria de ser uma senhora festa mesmo. Aí, entrou a questão religiosa, que acabou por padronizar o Carnaval no mundo inteiro por um motivo fútil (a última data antes da Quaresma) e entortando a história, pois no hemisfério Sul, a festa de final de inverno sempre acontece no meio do verão, quando os hormônios estão lá em cima e a reprodução está a mil.

Como antropofagia nunca foi um problema para os índios de Pindorama, conseguimos transformar uma festa torta na maior festa de todos os tempos. A miscigenação, o calor e a sexualidade potencializaram a loucura aqui no Brasil, criando a insanidade que vemos hoje em Salvador, Rio, Recife, etc. O gaúcho, que nunca respeitou qualquer passagem da sua história que não tenha a ver com lanças, cavalos e peitaços, acabou por nunca entender direito como fazer um Carnaval do seu jeito. Até o Uruguai foi mais ligeiro, criando o desfile de murgas. Agora, o cenário que vemos é de jovens olhando o carnaval de forma blasé, carros e mais carros se bandeando para o mar de chocolate e uma cidade absolutamente acabada, abandonada, gelada na hora em que todos deveriam celebrar o fim do período de escuridão, ou o que um dia pareceu isso.

Não há tempo para reinventar o Carnaval de Porto Alegre. Eu louvo iniciativas como a do Pernambuco e da Vera Daisy, heróis da resistência, que conseguiram reativar blocos como a Rua do Perdão para animar a festa nas ruas da Cidade Baixa. O problema é que nada será como antes. Nem a periferia é a mesma de antes – e essa segue tão calada como é o centro de hoje. Por ora, a única coisa que eu espero é a sensibilidade de um dono de bar para deixar que um dia de Carnaval amanheça com um pouco de música e poesia, como é em tantos outros dias do ano. Não quero que a minha alegria e ressaca sirvam de inspiração para que outros pulem carnaval como eu. Só queria beber minha cerveja até o sol raiar. O único direito que eu reivindico de uma festa que não existe mais.

Written by Luís Felipe

fevereiro 15, 2010 at 11:52 pm

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Sindicato dos Jornalistas: sem acordo, nenhum estágio é legal

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Falando com o presidente do Sindicato, José Maria Nunes, deu para obter informações importantes sobre o acordo.

O argumento colocado no post anterior sobre a falta de ética do acordo, devido à reserva de mercado, não é bem assim. Nunes informou que o estágio em jornalismo DEVE ser regulamentado através desse tipo de acordo. É uma OBRIGAÇÃO. “O estágio em jornalismo só existe se for regulamentado com a autorização do sindicato”, nas suas palavras.

O CIEE, por exemplo, estaria à margem da lei. Estágio em jornalismo pelo CIEE seria exercício ilegal da profissão, nas suas palavras.

Logo, para estagiar EM QUALQUER EMPRESA, é necessário o tal acordo de cooperação. Se um shopping Center quiser contratar um estagiário de jornalismo, ele precisa assinar um acordo com a universidade e com o sindicato.

Nunes garante que o tal acordo só traz benefícios aos estudantes. “O objetivo é não tornar o estagiário de jornalismo mão de obra barata. Só existem cláusulas benéficas ao estudante, como a liberação em dias necessários para o estudo, o piso de 40% do piso da categoria”, afirmou.

Se há necessidade legal do acordo para acontecer o estágio, não faz sentido o acordo ser antiético. Mesmo assim, vou manter o que escrevi antes, por questão de…ética.

Ainda vou colocar aqui a posição da universidade sobre o tema.

Written by Luís Felipe

agosto 13, 2009 at 11:32 am

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O acordo antiético e a faculdade de mãos atadas

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Não tem como não opinar: Fabico e RBS assinaram um acordo de cooperação “técnica, científica e cultural” ontem. Sobre cooperação entendemos operação mútua, ou seja: a coisa parece mais do que garantir a reserva de mercado da RBS para estagiários da Ufrgs. Parece uma questão de influência mútua, de ajuda mútua, ainda que a notícia da Universidade fale apenas em estágios.

Ainda não há nada na Zero Hora, provavelmente sairá algo no domingo naquela coluna de auto-elogios. O site da Fabico nada diz, mas como não é informativo, não importa. É claro que as manifestações já começaram, por Wladymir Ungaretti. Eu também me sentiria ofendido ao ver a minha faculdade, que não moveu um dedo sequer para me apoiar em um processo judicial contra a liberdade de opinião, abraçar em seu seio justo a autora do processo.

No seu twitter, Rodolfo Mohr, estudante da Fabico, militante do Psol e outras tantas coisas, lembrou o que disse Marcelo Rech. “Sem a exigência do diploma, é necessário fortalecer a formação em comunicação”. A RBS e a Globo têm posições contraditórias acerca do tema: não se manifestaram de maneira contrária, mas a RBS não contrata ninguém sem formação e ainda incentiva as faculdades. Não é esse o ponto, vamos adiante.

Em primeiro lugar, tais acordos são antiéticos, qualquer que seja o ponto de vista. Do ponto de vista da universidade, é antiético aceitar cooperação de uma empresa de jornalismo porque a universidade é paga pelos impostos da população para manter a sua independência diante do mercado. No momento que essa independência acaba, a educação pública de nível superior não faz mais sentido. A independência inclui liberdade crítica e de opinião – não censurar blogs, por exemplo – liberdade experimental e por conseqüência, amplitude de conhecimento. Nenhum desses valores pode se perder por acordos de cooperação.

De parte da empresa, é antiético por que privilegia egressos de duas determinadas faculdades em detrimento de outras. Ilegal não é, uma vez que é empresa privada e pode estabelecer os critérios que quiser para contratações, desde que respeitando os valores legais. Há alguns problemas, porém: durante a universidade, jamais vi qualquer anúncio de vagas como estagiário na Rádio Gaúcha. Todos estavam loteados pela Famecos, por conta do acordo. No momento em que a empresa privilegia um método de formação e não a formação em si, desvaloriza seus próprios critérios e dá tratamento injusto e desigual a estudantes por motivos que nada têm a ver com o mérito.

Diante dessa falta de ética latente, não me assusto com a idéia de ver a Fabico lutando para colocar seus estudantes na RBS. É a principal empresa de comunicação do RS e possibilita uma boa formação a quem passa por lá. São dois fatos, o primeiro incontestável, o segundo eu digo baseado nos que estão ou saíram da empresa. Inclusive o próprio Wladymir Ungaretti, que nunca deixou de dizer em suas aulas que o aluno não deve recusar um trabalho na ZH, desde que saiba até onde vai e quantos sapos vai engolir. A formação acontece, existe. Mesmo que o estagiário do jornal comece entregando cartas na redação, as possibilidades de crescimento são bem relevantes.

Não acredito – ou não quero acreditar – que tal acordo de cooperação inclua subserviência acadêmica aos métodos e ideologias propostos pela RBS. Não sei de isso acontecer na PUC, que já tem o acordo firmado. Não imagino que Ungaretti seria censurado em suas aulas por dizer que a ZH é o pior jornalismo desse estado, também não creio que Canali seria proibido de lembrar toda a origem da Globo, seus vínculos com a ditadura e o acordo Time-Life. Também não acredito que os seus alunos sejam proibidos de veicular “Além do Cidadão Kane” ou tocar adiante o excelente blog Jornalismo B.

Assim como acho infeliz a associação entre o acordo atualmente firmado e o currículo vigente. Participei de algumas discussões curriculares a partir de 2003 e mesmo sendo muito crítico e às vezes, intransigente, nunca vi a intenção de “robotizar” o currículo ou transformar o curso em “técnico”. Vi uma série de necessárias adaptações à rotina da universidade. Não adiantaria obrigar a introdução ao ensino filosófico a quem entra na faculdade se a disciplina não tinha nenhuma coerência programática, nenhuma garantia de bom ensino. Não faz sentido inserir disciplinas como Sociologia e Língua Portuguesa se as disciplinas não tinham departamento, sendo híbridas entre o departamento dos professores e da cadeira, o que resultava num vazio completo de autoridade e na obrigação de ter muita sorte para conseguir um bom professor.

Ao mesmo tempo, acho o atual currículo um tanto avançado demais para a atual estrutura da UFRGS. Sempre foi fundamental colocar no aluno a responsabilidade de estudar os conteúdos da teoria básica, como Sociologia, Filosofia e etc. Porém, isso exige um “Ciclo Básico”, como ocorre na Unicamp e ocorreu na UFRGS por algum tempo. Ou seja: no primeiro ano, ou nos dois primeiros anos, o aluno complementa o seu ensino médio aprendendo teoria acadêmica. Depois, vai para a prática. Eu reconheço que fui contra isso na discussão curricular, reconheço que era a favor da prática logo no início da faculdade. Porém, hoje vejo que estava errado, pois o aluno recém saído do ensino médio tem cada vez menos maturidade intelectual para uma universidade.

Virão muitas manifestações, provavelmente, contra o acordo e suas conseqüências. Manifestações carregadas de conteúdo ideológico, o que não é nenhum demérito, mas que dificilmente ocorreriam se fosse a Record a assinar tal acordo. O que acredito, porém, é que no atual contexto a Fabico está de mãos atadas. Ela se vê obrigada a ampliar o leque de opções profissionais do estudante, mas ao mesmo tempo tem de usar a estultice de um acordo para isso.

O ideal é que as manifestações se direcionem para um ponto: acordos são antiéticos. Por isso, devem ser ilegais. Especialmente na área do jornalismo, extremamente restrita, esse tipo de reserva de mercado não é positivo para a sociedade. Pouco importa o nome da faculdade ou a empresa que faz isso.

UPDATE: O Sindicato dos Jornalistas afirma que o acordo é necessário para legalizar todo estágio em jornalismo. Leia mais.

Written by Luís Felipe

agosto 13, 2009 at 9:14 am

Publicado em manhã

Sobre o caso Maxi López e Edicarlos

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A minha opinião sobre racismo no futebol é a mesma desde sempre: toda punição exemplar é bem vinda e necessária.

A partir disso, algumas considerações sobre o caso Maxi López e Edicarlos, ocorrido ontem:

1 – Maxi López

Nunca é demais lembrar que ele chegou no Brasil em março. Na Espanha, na Argentina, deboches racistas sempre foram moeda corrente. É lamentável? Claro que sim, assim como é profundamente lamentável o torcedor brasileiro xingar o adversário de “viado”, “bichinha”, etc. Como ainda não temos nenhum homossexual assumido no futebol brasileiro, ninguém pode denunciar a polícia um xingamento homofóbico com alguma propriedade.

Digamos que, nesse momento de adrenalina alta, ele tenha realmente xingado o Elicarlos de “macaco”. Eu acho que ocorreu, a partir do vídeo do GloboEsporte, devido à reação imediata e intempestiva do Wagner (ele poderia ser expulso por aquilo, caso Maxi reagisse). Fosse eu assessor de imprensa do Grêmio, daria as seguintes orientações para Maxi:

a – assume que pode ter ofendido o jogador. Pede desculpas pelo ocorrido e lembra que, num campo de futebol, já xingou e foi xingado muitas vezes com termos semelhantes. Nunca pensou que a coisa fosse tomar esse tipo de consequência.

b – demonstra que não é racista. Além de pedir desculpas para o jogador, veste uma camisa do tipo “Grêmio Azul, Preto e Branco”, pede desculpas àqueles que possam se sentir ofendidos com o termo, faz uma doação de mil reais – ele ganha 180 por mês, não deve pesar no orçamento – para uma fundação anti-racismo. Convida toda a delegação, que lhe deu o maior apoio no ocorrido ontem, a fazer manifestações contra o racismo nos próximos jogos. Limpa a barra, por supuesto.

c – agradece o apoio irrestrito da delegação do Grêmio, que não ouviu o que aconteceu mas demonstrou que está com ele para o que der e vier. Pede desculpas a todos pelo excesso e confirma que isso não irá se repetir.

Se não houve qualquer xingamento de cunho racista – embora eu acredite que houve, também acredito na hipótese de não acontecer – vai para a entrevista coletiva dizendo o seguinte:

a – repete o que foi dito em campo. Reitera que ofensas do gênero aconteceram mais de uma vez no campo de jogo, ontem mesmo, também de parte do jogador.

b – considera a hipótese de uma ação planejada do Cruzeiro, por ele ser argentino e, portanto, um “alvo fácil”.

c – lamenta a forma que se desenvolveu o episódio, o desgaste ao qual foi submetido, a mancha na sua imagem devido ao ocorrido. Exige um pedido de desculpas do jogador pelas inverdades que disse. Não entra com processo, mas levanta a idéia de que poderia entrar se quisesse.

—–

2 – Grêmio

Não vou comentar o que disse Krieger na saída do ônibus. Acho que disse bobagem, mas eu também diria, de cabeça quente, na hora do ocorrido.

A ação de resistir à entrega de Maxi López, obrigando a PM a entrar, também não cabe avaliação. Foi uma atitude irracional, uma demência coletiva, quase todos fariam o mesmo naquela situação, dado o cansaço mental, físico e psicológico.

Achei, porém, muito positiva a idéia de mandar descer toda a delegação para apoiar Maxi López na delegacia. Ninguém que estava no ônibus ouviu o que aconteceu, pois nenhum jogador estava próximo. Logo, é necessário confiar na palavra daquele que é “nosso”. O Grêmio perderia muito, em imagem institucional, se apenas Maxi descesse do ônibus e fosse para a delegacia, quiçá algemado – como o Quilmes e Desábato perderam muito com a imagem em 2005. Golaço de marketing institucional e união do Grêmio naquela atitude.

Agora, a hora é de preservar a imagem do clube. Ou seja: lembrar todas as atitudes que o clube fez contra o racismo nos últimos tempos, lembrar de Lupicínio Rodrigues, Aírton, Tarciso, todos os outros grandes ídolos negros que o Grêmio teve. Façam camisetas com imagens de vultos negros do Grêmio e coloquem nos jogadores na hora das coletivas, com a frase “Grêmio Azul, Negro e Branco”. Vendam essas camisetas nas lojas a preços baratos, 20, 25 reais. A imagem do Grêmio já foi arranhada demais com esses casos. Uma crise dessas é a melhor hora de reagir.

3 – Elicarlos

Eu não sei como reagiria a uma ofensa racista ao vivo, nos dias atuais. Já aconteceu ao vivo, já aconteceu pela internet, a última terminou com uma denúncia no Ministério Público e com acareação do denunciado na Polícia Civil. Não foi condenado, mas não repetiu a dose. Então, reconheço que Elicarlos possa estar furioso e ao mesmo tempo, perdido com essa história.

Reagiu muito mal, porém, ao divulgar primeiro para a imprensa que possa ter sido ofendido. Colocou a público antes de uma análise mais cuidadosa. Todo mundo sabe que o público, a princípio, condena – agora, Maxi será chamado e lembrado como racista por onde passar, assim como Desábato, que não foi preso. Causou um tremendo dano à imagem do argentino, passível inclusive de processo judicial.

Quem ele deveria advertir no caso é o árbitro. Foi ofendido? O Wagner tomou as dores? Quase deu confusão? Chama o árbitro e denuncia. “Esse cara está me chamando de macaco, é ofensa racista, na próxima eu não vou tolerar”. Se o árbitro levou a sério, colocou na súmula ou deu cartão amarelo – se o árbitro detalhou o caso, aí tu revela o que aconteceu. O mais provável, porém, é o árbitro não dar bola para o ocorrido. Aí, espera a súmula, no dia seguinte. Com a cabeça fria. Não foi divulgado na súmula? Ainda se sente ofendido, injuriado, com o que ocorreu? Conversa com o treinador, com a esposa, com os companheiros, com os melhores amigos, para ver se leva adiante. Aí sim, se for o caso, leva para a imprensa.

Hoje, talvez ele tenha que abraçar uma confusão que não provocaria de novo. Aconteceu com o Grafite, em 2005. Por isso, o erro de denunciar com a cabeça quente, a adrenalina de uma semifinal de Libertadores. Racismo é coisa muito séria para sair de boca de jogador de futebol na saída de campo.

No curso sobre futebol que estou fazendo, há duas semanas foi sabatinado Tcheco, capitão do Grêmio. Chamou minha atenção uma frase muito inteligente dele: “O jogador de futebol não é preparado para cuidar da imagem do clube, e deveria ser”. Essa frase se adapta perfeitamente ao caso Elicarlos. Ao jogar a denúncia no ventilador, sem provas nem indícios suficientes, ele manchou especialmente a imagem do Cruzeiro. Como? Bem, tentou colocar a imagem do Maxi López e do Grêmio na lama. Agora, o Cruzeiro e ele serão atacados das mais diversas formas, por pessoas mais preparadas, com maior discernimento e sem a adrenalina de um pós-jogo. O Cruzeiro já foi acusado, por Krieger, de ter montado uma situação para prejudicar o Grêmio. Isso é uma tremenda acusação. Faz mal para a imagem do clube.

4 – A polícia

Autuori mandou bem quando disse que no caso Grafite, em 2005, nada aconteceu e muita gente “apareceu”. Geralmente é o que ocorre em operações policiais mal planejadas contra peixes pequenos. O delegado responsável dará muitas entrevistas até a quarta-feira que vem.

Não entendi ainda qual a necessidade de fazer o argentino prestar depoimento na delegacia do Mineirão. Não poderia prestar depoimento hoje pela manhã? Por carta precatória, em Porto Alegre? Talvez o problema fosse o seguinte – como provavelmente o caso vai acabar no palavra-contra-palavra, era indispensável ter uma declaração do Maxi López antes de ser preparado o cenário. Pode ser. A resistência do Grêmio agravou uma situação que era simples, mas poderia ter sido melhor conduzida também pela Civil – que chegou a autorizar a saída do ônibus, até a PM chegar.

Written by Luís Felipe

junho 25, 2009 at 2:53 pm

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Editorial do Correio do Povo, 5 de junho de 2009

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Como o site é restrito para assinantes, leia aqui o editorial do Correio do Povo divulgado nessa sexta-feira. Alguém aí falou em tiros de bazuca?

O puxa-saquismo como virtude

‘Independente, nobre e forte – procurará sempre sê-lo o Correio do Povo, que não é orgão de nenhuma facção partidária, que não se escraviza a cogitações de ordem subalterna.’

Os leitores do Correio do Povo já conhecem este trecho do editorial da primeira edição do jornal, publicada em 1º de outubro de 1895, não só pela sua constante repetição em nossas páginas, mas, principalmente, pela postura dos profissionais que aqui trabalham e que respeitam este mandamento como um dogma espelhado em cada exemplar diário que chega à casa de nossos assinantes. Não foram poucos os dissabores que colhemos pela independência retratada em nossas páginas, subordinada apenas às aspirações da comunidade: perseguições governamentais, discriminação em investimentos, censura, tentativas de proibição de acesso a informações públicas e muitas outras artimanhas próprias de chefetes inconformados com o desnudamento de suas falcatruas e incompetências. A mais comum delas, no entanto, é a tentativa canhestra de identificar o Correio do Povo com uma ou outra corrente partidária, geralmente opositora daqueles aqui criticados.

Algo que não víamos havia décadas, porém, vem se repetindo com constância nos últimos anos. Trata-se do papel vergonhoso desempenhado por alguns veículos de comunicação que, não satisfeitos com seu próprio puxa-saquismo desenfreado, tentam transformar a bajulação em virtude e a independência de outros em defeito. Ataques comuns no início do século passado, quando a maioria dos jornais pertencia a partidos ou a governos e, portanto, comprometidos com seus patrões políticos, ao contrário do Correio do Povo, que já nasceu imparcial, voltam a ocorrer nestes novos tempos, como parte da estratégia global de suas matrizes, desesperadas com a perda da hegemonia monopolizante da comunicação social no país. Buscando parecer imparciais, o mais perto que chegam do que imaginam serem as tradições gaúchas é agir como o quero-quero, que grita bem longe de onde está o ninho verdadeiro.

Não é outro o caso do jornal Zero Hora, que desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de ‘opinião política’, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo. E isso aconteceu na mesma edição em que aquele jornal omitiu importantes informações sobre a percepção dos gaúchos quanto à possibilidade de corrupção no governo estadual, como a de que uma parcela relevante dos entrevistados defende o impeachment da governadora, no âmbito de uma pesquisa do Instituto Datafolha cujos dados essenciais foram publicados com destaque pelo Correio do Povo.
O Correio do Povo tem uma história de mais de 113 anos a serviço da coletividade. Esta história diz por si mesma de nossos compromissos, reafirmados na íntegra pelo Grupo Record e dos quais jamais nos afastamos. É esta história que os gaúchos conhecem e que não precisa ser reescrita, ao contrário de outros, que, talvez por vergonha de seus próprios caminhos, estão sempre à espreita de uma mudança de rumos que coloque o Correio do Povo ao seu lado na senda indigna que eles escolheram.

Written by Luís Felipe

junho 5, 2009 at 2:08 pm

Publicado em edição extra

Censura na Internet é falta de conhecimento

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Tenho acompanhado há algum tempo o caso Ronaldo Bernardi-Wladymir Ungaretti, no blog deste último. Em resumo, o que soube foi o seguinte: Ungaretti, professor de jornalismo na UFRGS e com anos de experiência em fotografia, descobriu que o fotógrafo supracitado estava ganhando prêmios e prestígio com fotos montadas – as populares “cascatas”. Não era exatamente uma falsificação, com photoshop e afins; eram fotos combinadas. Continue lendo »

Written by Luís Felipe

março 25, 2009 at 1:24 pm